Atualização: 26 de Março de 2020 IOIBD
Resumo das afirmações
Estas afirmações representam um resumo dos pareceres de especialistas e devem ser interpretadas de acordo com o caso específico de cada doente e o parecer do médico assistente responsável pelos cuidados de saúde desse doente. Estas afirmações não são diretrizes, podendo ser atualizadas consoante a evolução da situação e dos conhecimentos sobre esta.
- O risco de infeção por SARS-CoV-2 é igual para doentes com ou sem DII.
- Independentemente do tratamento, os doentes com doença de Crohn não estão em maior risco de infeção por SARS-CoV-2 do que a população geral.
- Independentemente do tratamento, os doentes com colite ulcerosa não estão em maior risco de infeção por SARS-CoV-2 do que a população geral.
- Não se sabe se a inflamação ativa decorrente da DII aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se o risco de desenvolver COVID-19 após a exposição a SARS-CoV-2 é maior nos doentes com DII do que nos doentes sem DII.
- Não se sabe se a taxa de mortalidade associada à COVID-19 é maior nos doentes com DII do que nos doentes sem DII.
- Os doentes ostomizados não estão em maior risco de desenvolver COVID-19.
- Os doentes com anastomose íleo-anal não estão em maior risco de desenvolver COVID-19.
- As cirurgias eletivas e os procedimentos endoscópicos devem ser adiados.
- Não se sabe se os profissionais de saúde com DII, que estejam a receber tratamento imunomodulador e que trabalhem num ambiente com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19, devem continuar a trabalhar nesse mesmo ambiente.
- Os doentes com DII que estejam a receber tratamento imunomodulador não devem fazer quaisquer deslocações não essenciais.
- É seguro continuar a receber os tratamentos intravenosos em contexto hospitalar, desde que a unidade de saúde tenha um protocolo de rastreio implementado.
- O tratamento com 5-ASA não aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- O tratamento com 5-ASA não aumenta o risco de desenvolvimento da COVID-19.
- Os doentes a tomar 5-ASA não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar 5-ASA não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar 5-ASA não devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a tomar 5-ASA não devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- O tratamento com budesonida não aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- O tratamento com budesonida não aumenta o risco de desenvolvimento da COVID-19.
- Os doentes a tomar budesonida não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar budesonida não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se os doentes a tomar budesonida devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se os doentes a tomar budesonida devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- O tratamento com prednisona (≥ 20 mg/d) aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.*
- O tratamento com prednisona (≥ 20 mg/d) aumenta o risco de desenvolvimento da COVID-19.*
- Os doentes a tomar prednisona (≥ 20 mg/d) devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar prednisona (≥ 20 mg/d) devem interromper o tratamento (com um regime de redução apropriado) para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar prednisona (≥ 20 mg/d) devem interromper o tratamento (com um regime de redução apropriado) se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a tomar prednisona (≥ 20 mg/d) devem interromper o tratamento (com um regime de redução apropriado) se desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se o tratamento com azatioprina/6-MP aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se o tratamento com azatioprina/6-MP aumenta o risco de desenvolvimento da COVID-19.
- Os doentes a tomar azatioprina/6-MP não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar azatioprina/6-MP não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar azatioprina/6-MP devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a tomar azatioprina/6-MP devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se o tratamento com metotrexato aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se o tratamento com metotrexato aumenta o risco de COVID-19.
- Os doentes a tomar metotrexato não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar metotrexato não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar metotrexato devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.*
- Os doentes a tomar metotrexato devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se o tratamento com anti-TNFs aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se o tratamento com anti-TNFs aumenta o risco de COVID-19.
- Os doentes a receber tratamento com anti-TNFs não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a receber tratamento com anti-TNFs não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se os doentes a receber tratamento com anti-TNFs devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a receber tratamento com anti-TNFs devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- O tratamento com vedolizumab não aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- O tratamento com vedolizumab não aumenta o risco de COVID-19.
- Os doentes a receber tratamento com vedolizumab não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a receber tratamento com vedolizumab não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se os doentes a receber tratamento com vedolizumab devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se os doentes a receber tratamento com vedolizumab devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- O tratamento com ustecinumab não aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- O tratamento com ustecinumab não aumenta o risco de COVID-19.
- Os doentes a receber tratamento com ustecinumab não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a receber tratamento com ustecinumab não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se os doentes a receber tratamento com ustecinumab devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a tomar ustecinumab devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se o tratamento com tofacitinib aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2.
- Não se sabe se o tratamento com tofacitinib aumenta o risco de COVID-19.
- Os doentes a tomar tofacitinib não devem diminuir a dose do tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar tofacitinib não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar tofacitinib devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.*
- Os doentes a tomar tofacitinib devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- Não se sabe se os doentes a receber tratamento combinado com anti-TNF e tiopurina/metotrexato devem diminuir a dose de tiopurina/metotrexato para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a receber tratamento combinado com anti-TNF e tiopurina/metotrexato devem interromper o componente de tiopurina/metotrexato se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a receber tratamento combinado com anti-TNF e tiopurina/metotrexato devem interromper o componente de tiopurina/metotrexato se desenvolverem COVID-19.
- Os doentes a tomar medicamentos no âmbito de ensaios clínicos não devem interromper o tratamento para evitar a infeção por SARS-CoV-2.
- Os doentes a tomar medicamentos no âmbito de ensaios clínicos devem interromper o tratamento se tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2, mas não desenvolverem COVID-19.*
- Os doentes a tomar medicamentos no âmbito de ensaios clínicos devem interromper o tratamento se desenvolverem COVID-19.
- Os doentes com doença de Crohn ou colite ulcerosa moderada a grave (diagnóstico recente ou recidiva) devem continuar a receber o mesmo tratamento indicado na era pré-COVID-19.
- Os doentes com DII que tiverem um resultado positivo para SARS-CoV-2 e cujo tratamento para a DII seja interrompido, devem retomar o tratamento para a DII após o período de 14 dias (desde que não desenvolvam COVID-19).
- Os doentes com DII que desenvolverem COVID-19 e cujo tratamento para a DII seja interrompido, devem retomar o tratamento para a DII após a resolução dos sintomas da COVID-19.*
- Os doentes com DII que desenvolverem COVID-19 e cujo tratamento para a DII seja interrompido, devem retomar o tratamento para a DII após a obtenção de 2 resultados laboratoriais negativos para COVID-19 (teste PCR a exsudado nasofaríngeo)
* Afirmações com um maior grau de discordância entre os especialistas.
Anexo: Quais são os medicamentos discutidos aqui? Este quadro serve de referência para explicar os diferentes tratamentos mencionados no resumo.
TIPO DE TRATAMENTO | TAMBÉM CONHECIDO COMO |
5-ASA | Asacol, Apriso, balsalazida, Dezicol, Lialda, mesalamina, mesalazina, Pentasa |
Budesonida (esteroide com efeitos sistémicos limitados) | Entocort, Uceris |
Esteroides (a dose discutida corresponde a prednisona oral; ≥ 20 mg por dia) | Prednisona, Medrol, hidrocortisona |
Tiopurinas | 6-mercaptopurina, azatioprina, Azasan, Purinethol |
Metotrexato | Trexal, Rheumatrex |
Inibidores da JAK | tofacitinib (Xeljanz) |
Anti-TNFs | adalimumab (Humira, Abrilada, Ajevita, Cyltezo, Hyrimoz, Hadlima), certolizumab pegol (Cimzia), golimumab (Simponi), infliximab (Remicade, Avsola, Inflectra, Ixifi Remsima, Renflexis) |
Anti-IL12/23 | ustecinumab (Stelara) |
Anti-integrinas | vedolizumab (Entyvio), natalizumab (Tysabri) |
Inibidores da calcineurina (não discutidos aqui) | ciclosporina (Gengraf, Neoral, Sandimmune), tacrolimus (Prograf, FK506) |
Nutrição enteral (não discutida aqui) |
Fonte: IOIBD
Nota: Tradução Ana Sofia Correia (ASC Translations: www.asctranslations.pt). Tradução e adaptação da responsabilidade do Doença Crohn/Colite Portugal