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A Associação Ritual Purple - Crohn/Colite Portugal é mantida por um grupo de pessoas com Doença

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NOVIDADES

Sumário da Segunda Reunião da IOIBD

A Organização Internacional de Doenças Inflamatórias do Intestino (IOIBD) terminou há horas um webinar #IOIBD com 87 especialistas internacionais, incluindo imunologistas, patologistas e gastroenterologistas. Este webinar incluiu a participação de especialistas de epicentros da pandemia na China, Hong Kong, Itália e a atualização do registro de pessoas com DII infectadas pelo Covid-19 (http://covidibd.org).
Iremos publicar o relatório com as recomendações assim que fique disponível publicamente.

• Ter uma Doença Inflamatória do Intesitno não é um fator de risco para infeção pelo SAR-CoV-2 ou Covid19
• Não existe uma diferença de risco do SARSCoV2 e Covid19 entre Crohn e Colite Ulcerosa
• Ter inflamação ativa pode aumentar o risco de infeção por múltiplos mecanismos possíveis
• Pacientes com DII devem manter a sua medicação e manter remissão
• Ter a DII ativa poderá aumentar o risco de infeção e, consequentemente, poderá sobrecarregar o sistema de saúde
• Diarreia é um sintoma comum em pacientes com Covid19 e nos casos de DII que foram reportados
• Existe SARSCoV2 detetável nas fezes, mas a ordem de magnitude menores que na naso-faringe
• Transmissão fecal-oral não está confirmada, mas é aconselhado cuidado
• Hospitais de dia (com o protocolo apropriado) são seguros
• Troca de terapias endovenosas para terapia injetável não é recomendada nesta altura
• Adiar procedimentos endoscópicos não essenciais.
• Prednisona não é recomendada e pode aumentar o risco de infeção
• É aconselhado retirar a prednisona de forma segura, especialmente se o paciente esteve exposto ou foi infetado pelo SARSCoV2

Fonte: Dr. David T. Rubin
Tradução e adaptação da responsabilidade do Doença Crohn/Colite Portugal

NOVIDADES

TASKFORCE ECCO COVID-19 – RECOMENDAÇÕES EUROPEAN CROHN’S AND COLITIS ORGANISATION (ECCO)

Extracto da primeira entrevista da TASKFORCE ECCO COVID-19,
publicada a 13 de Março

O objetivo deste documento é fornecer aos profissionais de saúde algumas informações sobre os melhores cuidados de saúde que podem oferecer aos nossos pacientes em geral e em particular àqueles sob tratamento de imunossupressivos/ imunomodeladores durante a actual situação do Covid-19. Devido à ugência, a ECCO sugeriu reunir um grupo de gastroenterologistas com especial interesse em infecções oportunistas e peritos em doenças infeciosas, para que possam dar orientações regularmente para os médicos da comunidade ECCO.
Estas orientações não deverão nunca substituir as orientações das autoridades nacionais de saúde e deverão ser vistas como uma fonte adicional de informação que será atualizada quando necessário, na base do nosso melhor entendimento sobre esta nova doença.
O formato utilizado é de uma entrevista com gastroenterologistas e peritos em doenças infecciosas de vários locais na Europa e revisto pela Taskfoece ECCO COVID-19. A Taskfoece ECCO COVID-19 é composta por membros do grupo de Consenso de orientações de infecções oportunistas e membros do Grupo de Administração da ECCO, e peritos em doenças infeciosas.

PERGUNTAS e RESPOSTAS
O Covid-19 pode simular ou despoletar uma crise de DII?
De acordo com a evidência clinica e científica, os sintomas mais comuns para o Covid-19 são febre, fadiga, tosse seca, dores musculares e dificuldades respiratórias. Podem também surgir dores absominais, diarreia, nauseas e vómitos, embora com menos frequência.
A família do coronovírus provoca tanto doenças respiratórias como gastrointestinais. O SAR-CoV-2 está presente em quantidades substanciais em fezes de pessoas com Covid-19. Um relatório recente evidenciou que a diarreia foi o sintoma inicial de Covid-19, num jovem paciente masculino. Este caso sublinhou o potencial envolvimento do sistema gastrointestinal na transmissão do SARS-CoV-2. A atual evidência não suporta o Covid-19 como causador de infeções gastrointestinais. Contudo, esta situação não será de todo inesperada, uma vez que mesmo sem causar infeções gastrointestinais, o H1N1v esteve associado a crises moderadas durante a primeira semana de infeção viral, sobretudo em doentes com Colite Ulcerosa.

Devemos desencorajar os pacientes com DII, com doença estável, de ir ao Hospital?

Sim, se o Covid-19 estiver disseminado na comunidade. As estatísticas disponíveis são elucidativas: no início da epidemia em Wuhan, na China, de 138 pessoas infectadas, 57 (41,3%) foram presumivelmente infetadas no hospital. Destes, 40 eram profissionais de saúde e 17 doentes hospitalizados por outras razões. Por isso, doentes com DII devem ser avisados para:
1) Ter medicação suficiente em casa, se possível;
2) Mudar para injeções subcutâneas para evitar visitas ao hospital;
3) Limitar as saídas de casa;
4) Evitar multidões, dentro do possível.
Em zonas com múltiplos casos importados ou transmissão local limitada, onde a vigilância esteja ativa e a capacidade de teste seja eficaz, o risco é considerado de baixo a moderado (pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças). No caso de consultas/ exames críticos no hospital, os pacientes com DII deverão ser aconselhados a pôr em prática as medidas preventivas para o Covid-19: lavar as mãos com frequência; tossir ou espirrar num lenço e deitá-lo fora e lavar/ desinfetar as mãos de seguida; evitar contacto próximo com outras pessoas. O meio de transporte dos pacientes para o hospital é igualmente importante: pacientes deverão evitar autocarros e comboios, sobretudo em horas de ponta. A idade é um fator igualmente importante, pelo que idas ao hospital devem ser desencorajadas para pessoas mais velhas.

Os pacientes com DII a fazer um tratamento imunossupressor ou imunomodelador estão em risco acrescido de serem contaminados com Covid-19? Ou em risco de terem consequências mais graves caso fiquem contaminados?
Os pacientes com DII não estão em maior risco de serem contagiados com o Covid-19 e os dados sobre pacientes imunodeprimidos ou a fazer imunomedeladores e a infeção através do SARS-Cov-2 são bastante escassos. Os idosos e aqueles com comorbidades (doenças cardiovasculares, diabetes, doença respiratória crónica, hipertensão e cancro) estão em risco de uma infeção mais severa e com taxas de letalidade mais elevadas do que aqueles sem comorbidades. O risco de infeções severas (como as infeções respiratórias) é ligeiramente maior em pacientes sobre tratamento imunossupressor ou biológico, e é esperado que o mesmo aconteça com infeções pelo SARS-CoV-2. Apesar dos números serem anda limitados, parece que grupos com imunossupressão relativa, como as crianças muito jovens, mulher grávidas e pacientes com HIV, não parecem estar em risco mais elevado de complicações. Particular atenção deve ser dada a fumadores, para os quais existe evidência de alta suscetibilidade ao Covid-19. Isto está provavelmente relacionado com o facto que o tabaco aumenta a expressão genética de uma proteína cuja presença no sangue promove a secreção de aldosterona no sangue que pode dar origem a elevar a pressão arterial, ligando o recetor para este vírus.

Como podemos reduzir o risco dos nossos pacientes com DII de serem contagiados pelo Covid-19?

Como o SARS-CoV-2 se replica de forma eficiente no trato respiratório superior, indivíduos infetados produzem uma larga quantidade de vírus nesta região durante o período de incubação. Nesta fase, devido à ausência de sintomas, os indivíduos mantêm as suas atividades habituais, contribuindo para o contágio.
Como ainda não está disponível uma vacina, a exposição ao SARS-CoV-2 é a chave para diminuir o risco de infeção.
As medidas gerais de prevenção são:
– Evitar contacto com pessoas infetadas;
– Evitar tocar nos olhos, nariz e/ ou boca com as mãos por lavar;
– Lavar as mãos com frequências com sabão/ sabonete e água, durante pelos menos 20 segundos e/ ou usar desinfetante para as mãos com 60 a 90% de álcool.
Este procedimento é particularmente importante depois de ir à casa de banho, antes de comer, depois de tossir, espirrar ou assoar o nariz. Sabão/ sabonete e água deve ser usado se as mãos estão visivelmente sujas. Sempre que possível, tratamento com esteroides deve ser revisto, uma vez que podem aumentar o risco de infeção severa.

Os pacientes com DII devem parar os tratamentos imunossupressores/ imunomodeladores durante a infecção pelo Covid-19?
Devido ao período que demora a maioria dos imunossupressores a saírem totalmente do corpo (como a aziotropina e o mexotrato) e os biológicos, a suspensão de tratamento imunossupressor/ imunomodelador não é muito útil nos casos leves ou moderados de doença provocada pelo Covid-19.
Uma exceção é feita para os corticoidesteroides: os dados disponíveis sugerem um aumento da mortalidade e taxas de infecção secundária em infecções por influenza e depuração comprometida pelo SARSCoV e MERS-CoV, juntamente com complicações da terapia com corticosteróides em sobreviventes. Em relação à infeção por SARSCoV-2, os esteróides não foram eficazes para o tratamento de lesão ou choque pulmonar. Neste contexto, a suspensão da terapia com esteroides será recomendada.
Em pacientes graves e críticos, o risco de mais efeitos colaterais e mais interações medicamentosas em pacientes em tratamento imunossupressor / imunomodulador deve ser considerado e avaliado. Nestes casos, a suspensão destes medicamentos provavelmente seria aconselhável.

Caso vivam numa zona endémica, os pacientes com DII deverão para de tomar os tratamentos imunossupressores e/ ou imunomodeladores?
A evidência atual não apoia a suspensão do tratamento em pacientes que vivem numa área endémica nem foram recomendadas antes em situações semelhantes, principalmente durante a infeção por SARS-CoV ou a pandemia de H1N1v. No entanto, estratégias de mitigação para reduzir o risco durante terapias de infusão, em hospital de dia, devem ser implementadas. A decisão pode ser diferente no caso de iniciar o tratamento imunossupressor / imunomodulador. Sempre que possível, durante a epidemia de COVID-19, o tratamento deve ser adiado com base em uma avaliação de risco individual.

Os pacientes com DII devem parar de tomar tratamento imunossupressor / imunomodulador ou tomar outras medidas se tiverem contato próximo com alguém com infeção comprovada por COVID19?

No caso de um contacto próximo com uma pessoa infetada com COVID-19 comprovada, os pacientes com DII devem ser seguidos de acordo com as recomendações nacionais, como qualquer outra pessoa. O isolamento social é um fator-chave, sendo crucial o acompanhamento cuidadoso e a avaliação médica imediata em caso de desenvolvimento dos sintomas. O Ro para COVID19 (o número de pessoas que um paciente com COVID-19 pode infetar) é estimado em 2,5, e focos de contaminação são comuns. Ao contrário do SARS-CoV, a transmissão do SARS-CoV-2 pode ocorrer durante o período de incubação quando os infetados estão levemente doentes e realizam atividades usuais, o que contribui para a disseminação da infeção. No entanto, os dados sobre os efeitos da suspensão do tratamento são escassos e não parece razoável interromper a medicação.

O que devo aconselhar a pacientes com DII que desejam viajar para áreas endémicas?
Os pacientes com DII devem ser desencorajados a viajar para áreas endémicas, nas quais a transmissão pela comunidade é evidente. Em 8 de março de 2020, o Centro de Controlo de Doenças do EUA, aconselhou os viajantes, especialmente aqueles com condições médicas subjacentes, a “adiar todas as viagens de navios de cruzeiro em todo o mundo”, dado o aumento do risco de transmissão de SARS-CoV-2 de pessoa para pessoa. Os idosos e aqueles com problemas de saúde devem evitar locais lotados, voos longos e outras situações potencialmente de alto risco.

Entrevista realizada pela Prof. Dr.ª Cândida Abreu, Hospital de São João do Porto, Departamento de Doenças Infecciosas, pela Task Force COVID-19 ECCO

Nota: Uma vez que a infeção é dinâmica e o conhecimento e a evidência estão a crescer rapidamente, algumas destas orientações serão atualizadas regularmente para cada região, de acordo com a melhor evidência disponível.
Dois projetos independentes foram recentemente lançados para aumentar o nosso conhecimento desta nova doença e o impacto nos doentes com DII. Encorajamos a que participem!
O primeiro projeto é um inquérito da ECCO para melhor compreensão e entendimento de cada um sobre a situação atual. A pandemia do coronavirus é um tempo difícil para todos, incluindo médicos e pacientes com DII. Nenhum de nós experienciou algo similar, que requer lidar com situações complexas, para as quais temos pouco ou nenhum conhecimento, e que evolui diariamente.
Por este motivo, convidamos a que participem num pequeno inquérito sobre a vossa gestão atual dos medos e das dificuldades que estão a enfrentar diariamente neste difícil e sério contexto global. Este inquérito demorará apenas alguns minutos e pedimos que respondam antes do dia 20 de Março tendo em conta o corrente contexto de emergência.
O projeto está acessível através do seguinte link: https://survey.ecco-ibd.eu/index.php/433996?lang=en

O segundo projeto é uma iniciativa global da Organização Internacional para o Estudo da DII (IOIBD em inglês) para registar em tempo útil casos confirmados de Covid-19 em doentes com DII. Encorajamos ao corpo clínico de todo o mundo para reportar TODOS os casos de Covid-19 nos seus pacientes com DII, independentemente da severidade dos sintomas (incluindo pacientes assintomáticos detetados através de exames de saúde pública).
Reportar um caso a este mecanismo registro da Vigilância Epidemiológica do Coronavirus sob a Pesquisa de Exclusão (SECURE)-IBD demora cerca de 5 minutos.
Com a colaboração de toda a comunidade DII, poderemos rapidamente definir o impacto do Covid-19 em pacientes com DII e fatores como idade, comorbidades e tratamentos da DII impactam os resultados finais do Covid.
Este projeto está acessível no seguinte link: https://covidibd.web.unc.edu/

Informação disponibilizada pela ECCO: https://ecco-ibd.eu/publications/covid-19.html
Tradução responsabilidade do Doença de Crohn/ Colite Portugal.

NOVIDADES

COMUNICADO DO NÚCLEO DE ESTUDOS DE DOENÇAS AUTOIMUNES (NEDAI) DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA (SPMI)

Comunicado do Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)

NEDAI demonstra maior preocupação com doentes autoimunes

Recomendações de prevenção do COVID-19 em doentes imunossuprimidos
O Núcleo de Estudos de Doenças Auto-imunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) está a divulgar várias recomendações para prevenir a infeção por COVID-19 nos doentes com imunossupressão, por doenças autoimunes sistémicas.

Nas várias recomendações, pode ler-se:
1. Deve ser considerado que a maioria dos doentes tem condições de saúde que não permitem a suspensão de fármacos imunossupressores: o risco de agravamento da doença de base ou perda de eficácia dos fármacos é na maioria das vezes superior ao risco de contrair a infeção e de ter complicações da mesma.

2. A manutenção ou redução da medicação imunossupressora deve ser ponderada caso a caso, de acordo com a gravidade da doença de base e probabilidade de complicações graves da infeção por COVID-19 (nomeadamente comorbilidades associadas). A decisão deve ser tomada pelo internista assistente em consonância com o doente e deve ser tida em linha de conta a semivida dos fármacos utilizados.

Nos doentes com doenças autoimunes sob imunossupressão crónica com exposições de risco (ex. profissionais de saúde, atendimento a público, trabalho em aglomerados comerciais, professores), o contágio com complicações graves pela infeção por COVID-19, à falta de melhor conhecimento científico, deve ser considerado elevado, pelo que também se recomenda:
• Comunicação imediata da sua situação de risco profissional à autoridade de saúde local competente.
• Esta deve analisar o risco epidemiológico global de todo o agregado familiar.
• Devem ser estabelecidas medidas de diminuição de risco de contágio para todo o agregado familiar, que poderão contemplar: alocação laboral de menor risco, trabalho no domicílio com utilização de novas tecnologias ou, se de todo impossível, sugerir o isolamento social profilático.
• A manutenção de consultas presenciais hospitalares de controlo e rotina de doentes estáveis, devem ser avaliadas pelo médico assistente. As consultas hospitalares urgentes devem ser mantidas. É muito importante que as Consultas de Doenças Autoimunes se desenvolvam através de formas de contacto virtual com os médicos assistentes responsáveis.

“Estas recomendações não incluem todas as situações possíveis, e não devem sobrepor-se a novas indicações que a Tutela venha a emitir. Os doentes devem cumprir rigorosamente as medidas da Tutela para controlo da disseminação comunitária”, afirma António Marinho, coordenador do NEDAI.

Sobre a SPMI
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) é uma das maiores sociedades científicas médicas portuguesas, que congrega os internistas, que são a base do Serviço Nacional de Saúde nos hospitais. Um dos seus maiores desígnios é a divulgação do conhecimento, dirigida aos médicos e à população, no campo muito vasto da Medicina Interna. Para além da Medicina Curativa, quer ser também cada vez mais reconhecida no campo da prevenção da doença e promoção da saúde. Para mais informações consulte https://www.spmi.pt/

Sobre o NEDAI
O Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) centra a sua atuação na investigação, formação e consciencialização de profissionais de saúde e da população no âmbito das doenças autoimunes. Este grupo é constituído por internistas associados da SPMI.

NOVIDADES

RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA O ESTUDO DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO (DII) – IOIBD

Com base nas recomendações da Organização Internacional para o estudo das Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) – IOIBD – e da Direcção Geral de Saúde de Portugal, segue-se um pequeno resumo do que se sabe e algumas recomendações para as pessoas com uma doença inflamatória do intestino:

O que são o coronavírus?

Os coronavírus são uma família de vírus que podem causar doenças desde a constipação comum a doenças mais graves. A nova cepa de coronavírus denominada SARSCoV2 foi detetada pela primeira vez em Wuhan, China, e causa a doença de coronavírus COVID19.

Como o coronavírus é transmitido?

O coronavírus é transmitido via gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infetada espirra ou tosse e pode infetar pessoas em contacto próximo (no raio de cerca de um metro). Tocar em superfícies contaminadas antes de tocar nos olhos / nariz / boca também pode levar à infeção.

Quais os sinais e sintomas?

As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infeção respiratória aguda como febre, tosse e dificuldade respiratória.
Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.

Como o COVID19 se compara à gripe sazonal?

Ambas são doenças respiratórias infeciosas que apresentam sintomas como febre, tosse e falta de ar. Ambos podem levar a doenças graves, especialmente em pessoas idosas e com condições médicas anteriores. Uma diferença é que se pode ser vacinado contra a gripe, mas ainda não existe uma vacina disponível para o COVID19. Os estudos de fase 1 de uma possível vacina terão início nos próximos 2 meses, de acordo com os Centros de Controlo de Doenças dos EUA. As medidas de prevenção são comuns tanto para o COVID19 como para a gripe (ver abaixo “Como posso proteger-me”)

O que isso significa para pacientes com DII?

A DII é uma condição de um sistema imunológico hiperativo e geralmente é tratada com modificação ou supressão imune. Os pacientes com DII em uso de medicamentos imunossupressores são, em geral, mais suscetíveis à infeção. Especificamente, usar esteróides ou moduladores imunológicos como azatioprina ou 6-mercaptopurina ou metotrexato pode aumentar o risco de um paciente com DII de infeções virais. Até ao momento, não há pesquisas específicas sobre o IBD no COVID19.

Quais são as recomendações atuais para pacientes com DII relacionadas ao COVID19?

Muitos pacientes já perguntaram se deveriam interromper os seus medicamentos. Medicamentos como messalazina (nomes de marcas incluem Asacol, Apriso, Balsalazida, Lialda, Pentasa, Salofalk) são todos seguros. É sempre uma boa ideia deixar esteróides como prednisona / prednisilona, apenas se isso for possível e mediante indicação do médico assistente. As tiopurinas (6-mercaptopurina, azatioprina) e tofacitinibe tendem a inibir a resposta imune do corpo a infeções virais. As tiopurinas levam meses para deixar o corpo. Assim, interromper estes medicamentos não ajudará a curto prazo. Os produtos biológicos para tratar a DII, como anti-TNFs (Humira, Remicade, Simponi), ustekinumab (Stelara), vedolizumab (Entyvio) são seguros. No momento, não recomendamos a interrupção destes medicamentos. Além disso, o efeito destes medicamentos permanece no corpo, em muitos casos, por meses. Estas recomendações serão atualizadas à medida que haja mais dados disponíveis.

Necessito de usar máscara facial se estiver em público?

De acordo com a situação atual em Portugal, não está indicado o uso de máscara para proteção individual, exceto nas seguintes situações:
• Pessoas com sintomas de infeção respiratória (tosse ou espirro);
• Suspeitos de infeção por COVID-19;
• Pessoas que prestem cuidados a suspeitos de infeção por COVID-19.

Como posso proteger-me?

1. Evite estar em contacto próximo com pessoas doentes.
2. Lave as mãos com frequência. Deve lavá-las sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes.
3. Evite tocar seu nariz, olhos e boca.
4. Tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos; deitar sempre o lenço de papel no lixo);
4. Procure atendimento médico em caso de febre, tosse ou dificuldade em respirar.

Links úteis:

Direcção Geral de Saúde
Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
Organização Mundial de Saúde

NOVIDADES

Reospitalizações por doença inflamatória intestinal custam 3,1 milhões por ano

Em Portugal, as reospitalizações por doença inflamatória intestinal (DII), que inclui a doença de Crohn e a Colite Ulcerosa, custam cerca de 3,1 milhões por ano, de acordo com um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).

O trabalho, coordenado por Cláudia Camila Dias (FMUP/CINTESIS) e Fernando Magro (FMUP/CHSJ), tinha como objetivo calcular o peso das reospitalizações de doentes que sofrem de doença inflamatória intestinal e identificar os principais fatores de risco. Nesse sentido, foram avaliadas cerca de 48 mil hospitalizações relacionadas com a doença registadas entre 2000 e 2015 através de uma base de dados administrativa fornecida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Os investigadores concluíram que um terço (33%) das hospitalizações por doença inflamatória intestinal registadas nos hospitais públicos portugueses são reospitalizações, tendo-se verificado um aumento de 12% nos 16 anos do estudo.

Ao todo, foram contabilizadas quase 16 mil reospitalizações por doença inflamatória intestinal. A esmagadora maioria é por doença de Crohn (77%). Destes doentes, a maior parte tem idades entre os 20 e os 39 anos e é do sexo feminino.

O custo médio com essas reospitalizações também regista uma subida: dos 14.589 euros por hospitalização/ano, em 2000, passa-se para 17.548 euros por hospitalização/ano, em 2015. Só neste ano, elas custaram 3,1 milhões de euros. É sensivelmente o dobro dos custos totais com as hospitalizações relacionadas com a doença.

Como reduzir o “peso” da doença

Entre os fatores de risco para novas hospitalizações entre estes doentes estão a idade abaixo dos 20 anos e a ocorrência de doença penetrante (caracterizada por perfuração abdominal, fístulas ou abcesso), na doença de Crohn. Já na Colite Ulcerosa, salientam-se os hábitos tabágicos, a malnutrição, a anemia e a perda de peso, além da cirurgia de estoma (abertura feita no intestino).

A equipa, que tem Mafalda Santiago (investigadora da FMUP e do CINTESIS) como primeira autora e conta com membros do Grupo de Estudos da de Doença Inflamatória Intestinal (GEDII), conclui que estas reospitalizações têm de ser “monitorizadas de perto” e que devem ser feitos “esforços para reduzir os seus fatores de risco, de modo a melhorar a qualidade dos cuidados e, consequentemente, reduzir o peso da doença” no nosso país.

A doença inflamatória intestinal é uma doença crónica mediada pelo sistema imune, cujas causas se mantêm por esclarecer, associando-se a custos económicos significativos, quer diretos (internamentos e tratamentos), quer indiretos (baixas médicas, perdas de produtividade, etc.). Estima-se que afete aproximadamente 0,3% da população portuguesa, uma percentagem que deverá aumentar nos próximos anos.

Fonte: https://noticias.up.pt/rehospitalizacoes-por-doenca-inflamatoria-intestinal-custam-mais-de-3-milhoes-por-ano/

NOVIDADES

IV Simpósio sobre DII

No passado dia 30 de Novembro, realizou-se o IV Simpósio sobre Doenças Inflamatórias do Intestino, onde juntámos uma série de profissionais relacionados com as DII e, ainda, o testemunho de uma doente.

Foram abordados diversos temas como o exercício físico, viagens e vacinas, gravidez, o impacto psicológico da DII e também ensaios clínicos.

O nosso MUITO OBRIGADO a todos os participantes, quer oradores, quer inscritos, que fizeram deste simpósio um sucesso indiscutível!

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!

NOVIDADES

Mais de metade da população com doença crónica tem níveis baixos de literacia em saúde

«Cerca de 55% da população com doença crónica tem níveis inadequados de literacia em saúde, revelou o estudo “Literacia em Saúde na Doença Crónica”, apresentado no passado dia 10 de dezembro, pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP-NOVA). O objetivo do trabalho é levar o tema a debate, através da análise do papel do cidadão na gestão da sua saúde.
O trabalho, desenvolvido no âmbito do projeto “Saúde que Conta”, uma iniciativa da ENSP-NOVA, com o apoio da Lilly Portugal, revelou ainda que as pessoas com doença crónica e com um nível de literacia em saúde baixo utilizam mais vezes o serviço de urgência hospitalar, as consultas de Medicina Geral e Familiar e a urgência do centro de saúde.
Para além disso, cerca de metade dos inquiridos diz não ter no que diz respeito à gestão da sua doença. Contudo, quem gere a sua doença autonomamente apresenta um nível de literacia em saúde mais elevado. Um nível mais elevado de literacia em saúde reflete-se numa maior perceção da necessidade de tomar a medicação e uma diminuição da preocupação quando à mesma, sendo que o estudo aponta para 78% de adesão.
Dados revelados indicam que o nível de literacia em saúde pode estar relacionado com morbilidade múltipla, na medida em que um indivíduo com menor literacia em saúde tem mais doenças crónicas em simultâneo. Ainda assim, quanto maior é o grau de escolaridade, maior é o nível de literacia em saúde.
O estudo revelou que 82,8% dos doentes crónicos usa os profissionais de saúde como principal fonte de informação. Cerca de 57,7% obtém a sua informação através de familiares e amigos, e 55,1% pela televisão. Dois em cada dez indivíduos com doença crónica utiliza a Internet, e 25% procura informação sobre Saúde em plataformas governamentais.
“Estes resultados revelam a necessidade de uma intervenção estratégica que só poderá tornar-se efetiva se envolver os profissionais de saúde, os decisores políticos, os parceiros e o próprio cidadão”, salienta Ana Rita Pedro, investigadora da ENSP-NOVA e responsável pelo estudo.

António Leão, diretor-geral da Lilly Portugal, acrescenta ainda que “o investimento na literacia em saúde é fundamental e estratégico, já que tem impacto direto não só na promoção e proteção da saúde e prevenção da doença, como na garantia de sustentabilidade dos recursos e equidade dos serviços de saúde”.
Participaram no estudo 412 pessoas com doença crónica, com idades compreendidas entre os 18 e os 94 anos. As doenças crónicas mais prevalentes entre inquiridos incluem a hipertensão arterial, a deslipidémia, a diabetes, a ansiedade e depressão.»

(Excerto retirado de Vital Health: https://www.vitalhealth.pt/saude/7927-mais-de-metade-da-popula%C3%A7%C3%A3o-com-doen%C3%A7a-cr%C3%B3nica-tem-n%C3%ADveis-baixos-de-literacia-em-sa%C3%BAde.html)

NOVIDADES

O que precisa de saber sobre os medicamentos biossimilares?

A Comissão Europeia publicou um documento com informações para pacientes que usam medicamentos biossimilares. O documento contém perguntas e respostas sobre medicamentos biossimilares e agora está disponível em 23 idiomas (incluindo português), servindo como uma fonte confiável de informações para os pacientes.

Consulte o documento aqui

NOVIDADES

DII EM SESSÃO DE PLENÁRIO DO PARLAMENTO

Foi há 2 anos que demos início à Petição que visa a melhoria das condições para os doentes de Crohn e Colite Ulcerosa.

Foram várias as medidas propostas e, depois de muita luta e de muita espera a Petição vai, finalmente, ser debatida em sessão de plenário na Assembleia da República na próxima quinta-feira, dia 14 de Novembro, à tarde.

Divulgaremos o resultado desta discussão com a brevidade possível.

Esteja atento!